A Praça Comendador Negrão de Lima, no bairro Floresta, é conhecida também como a praça dos cachorros. Os tutores da região a elegeram como a ideal para passear com os seus pets. Não raras as vezes são vistas pequenas confusões entre… os tutores. Mas isso pode ser assunto para outra publicação. Esse lugar é especial não só para os amantes dos cãezinhos, mas também para a história de Belo Horizonte.
A praça é, na verdade, uma área remanescente de uma antiga chácara que havia ali. Claro, bem antes de Belo Horizonte crescer e se agigantar. Perto dali, na rua Dona Leonídia Leite, a sede da chácara permanece de pé, protegida pelo patrimônio histórico do município. A área verde está prestes também a se vestir de folia novamente, já que é também frequentada por bloquinhos de rua, “bloquinhos” mesmo, diga-se de passagem.
Pode-se dizer, contudo, que o principal frequentador do espaço é o senhor Paulo Rogério Santana, de 63 anos. Ele é auxiliar de jardinagem da prefeitura de BH e atua na Praça há pelo menos seis anos. De segunda a sexta, ele chega por volta das 8h e começa a cuidar do verde do lugar. Bom, não só do verde. Com tantos cachorros, ele acaba tendo que recolher os cocôs dos bichinhos. “As pessoas têm que colaborar também, não é?”, diz em um puxão de orelha clássico para os tutores mais desleixados.
Entretanto, Paulo, ou melhor, conhecido como “Paulinho da Praça”, gosta muito de trabalhar ali, ainda mais ele, que no passado já atuou como coveiro no Cemitério da Saudade. “Aqui é bem melhor”, afirma o senhor que distribui sorrisos e “bom dias” e “vai com Deus” para os assíduos tutores de cães, caminhantes e corredores da praça.
