Chuta! Chuta! Chuta! Chuta a família mineira! O Bloco Alcova Libertina está de volta à folia de Belo Horizonte. O desfile está marcado para o 11/02 (domingo de Carnaval), às 17h, na avenida dos Andradas. Os Libertinos, como também são chamados os integrantes do bloco, foram os primeiros a levarem o trio para a via.
Ao Lado Beagá, Igor Bigu, cofundador, músico e produtor do bloco, disse que foi difícil a decisão de não desfilar em 2023. “Passamos uma semana chorando, recebendo ligações e respondendo mensagens das pessoas que queriam ver o bloco na rua, mas não tínhamos condições”, revela Igor. Por isso, 2024 será um desfile para desabafar e soltar o riff preso na guitarra. “Vai ser uma catarse”, diz o músico, enaltecendo a força dos fãs. “Foram eles que nos reergueram”.
O tema do desfile será Raízes do Rock. “Vamos contar um pouco a história do rock, começando com Nina Simone (1933 – 2003). Caminhar pelo maracatu, samba, os ritmos africanos”, afirma. Blues, Jazz, e os anos 60 também estarão presentes na Andradas.

O Alcova irá dividir o trio com outros dois blocos, o Bloco da Esquina e o É Amor, que também saem no domingo de Carnaval. “Sempre quisemos nos aproximar dos outros blocos da cidade”, afirma Igor.
O grupo irá participar de uma novidade da folia belo-horizontina, é o projeto da Avenida Sonorizada, que recebeu apoio do Governo do Estado e Prefeitura de BH. Na altura do bairro Pompeia, na Andradas, haverá torres com caixas de som, pensadas para aumentar a qualidade dos desfiles e amenizando o chamado delay (atraso no áudio). No dia 11/02, o bloco desfila sem bateria, como já era usual, mas contará, como os velhos tempos, com um mar de vozes.
Alcova já foi “bloquinho”
Carnaval de 2011. Espremidos sob a marquise do restaurante Bolão, no boêmio Santa Tereza, um grupo de jovens artistas tocava e cantava clássicos do rock in roll em ritmo de carnaval.
Ah! “Espremidos” por conta de um temporal que insistia, mas o público resistia. Ali nascia para a folia belo-horizontina, o bloco Alcova Libertina. O hino da trupe caiu nas graças dos foliões: “Chuta! Chuta! Chuta! Chuta a família mineira!”. O refrão virou automaticamente uma ode à liberdade e à resistência ao conservadorismo alienante.