Prédio “Rainha da Sucata”: você ama ou odeia?

O Edifício Tancredo Neves, mais conhecido como Rainha da Sucata, é um dos marcos mais polêmicos da arquitetura de Belo Horizonte. Erguido na Praça da Liberdade, um dos cartões postais da cidade, o prédio de estilo pós-moderno chama atenção por sua estética que contrasta com as edificações vizinhas.

Inaugurado em 1990, o projeto ousado de Éolo Maia e Sylvio de Podestá dividiu opiniões. De acordo com o site do escritório de arquitetura Sylvio de Podestá, “este apelido se originou pela utilização, como revestimento, de chapas de ação SAC-41, cuja propriedade mais visível é sua oxidação, ficando com aspecto de ferrugem no caso interpretada como sucata”.

A inspiração para o nome veio da novela homônima exibida na época pela Rede Globo, que narrava a história de uma personagem que enriquecia com o comércio de ferro-velho. Há quem encare a fachada pós-moderna como uma provocação a seus vizinhos clássicos, que reforçam uma estética mais “tradicional”.

Curiosidades que marcam a trajetória da Rainha da Sucata:

* Controvérsia desde o início: A construção do prédio foi marcada por críticas e polêmicas, com muitos questionando a estética e a adequação do projeto à Praça da Liberdade, cercada por edifícios históricos em estilo neoclássico.
* Inspiração industrial: Os arquitetos buscaram inspiração na diversidade de materiais da indústria mineira, incorporando elementos como chapas de aço, quartzito e ardósia na fachada. Essa mistura inusitada contribuiu para a alcunha de “Rainha da Sucata”.
* Referência à arquitetura da praça: Apesar da estética contrastante, o prédio dialoga com a arquitetura da Praça da Liberdade. A torre cilíndrica amarela, por exemplo, faz referência à cúpula da antiga Secretaria de Educação, edifício vizinho.
* Multiuso: Ao longo dos anos, o edifício abrigou diferentes instituições, como o Museu de Mineralogia Professor Djalma Andrade e o Centro de Informação ao Visitante do Circuito Liberdade. Essa multiplicidade de usos reflete a busca por uma identidade para o espaço.
* Reabertura como centro cultural: Após um período de abandono, o prédio foi reaberto em 2023 como um centro de arte e cultura, com foco em música, sob a gestão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Essa nova fase busca revitalizar o espaço e integrá-lo à vida cultural da cidade.

Em breve, o emblemático edifício receberá a Orquestra Jovem e o Coral Infantojuvenil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).